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O mito do hormônio no frango


É comum ouvir que o hormônio no frango é o responsável pelo amadurecimento prematuro das meninas, com antecipação da menstruação. Tudo isso pode ser tolerado quando é dito por leigos, pessoas comuns, que, em sua formação acadêmica, não tiveram informações sobre o ciclo de desenvolvimento dos animais. No entanto, é inquietante quando uma pessoa revestida de autoridade e de conhecimento vem a público, através dos meios de comunicação de massa, para trazer a luz do debate essa falsa informação. Um desserviço à sociedade.


Antes de qualquer coisa, é importante citar o Decreto 76.986, de 06 de janeiro de 1976. Assinado pelo presidente Ernesto Geisel, regulamenta a Lei n.º 6.198, de 26 de dezembro de 1974, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização obrigatória dos produtos destinados à alimentação animal, e proíbe a adição de hormônios em alimentos para animais. Em 2007, esse Decreto foi revogado após a publicação do Decreto 6.296, de 11 de dezembro de 20007, com normas mais atuais para a inspeção e a fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal, competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA

O Ministério da Agricultura, por meio de Instruções Normativas, regulamenta o uso de substâncias que podem ser administradas na alimentação animal, algo que para aves acontece desde 2004 e para bovinos é feito desde 2001.

Quando se refere à proibição desses produtos na alimentação de aves a norma é bem clara quando diz que é proibida a administração, por qualquer meio, na alimentação e produção de aves, de substâncias com efeitos tireostáticos, androgênicos, estrogênicos ou gestagênicos, bem como de substâncias ß-agonistas, com a finalidade de estimular o crescimento e a eficiência alimentar. É assim que está definido na Instrução Normativa nº 17 de 18 de julho de 2004.


Cláudio Bellaver, pesquisador da Embrapa Aves e Suínos de Concórdia, em Santa Catarina, já explicou aos autores, editores de revistas, jornalistas, profissionais liberais formadores de opinião e leitores em geral, “que é um mito errado assumir que os frangos necessitam de hormônio exógeno (externo e adicional ao fisiológico) para apresentarem a boa performance produtiva que apresentam”.


O progresso da avicultura resulta fundamentalmente da intensa atividade de pesquisa nas áreas de genética, nutrição, sanidade e no conhecimento do manejo da produção destes animais. Não se pode aceitar o questionamento de que todo este avanço tecnológico possa estar baseado na maior ou menor quantidade de hormônio que as aves possam receber diariamente. Ou que elas dependem da adição de hormônios para expressar seu potencial genético.

Talvez o que cause confusão na cabeça das pessoas é a utilização de produtos permitidos na alimentação animal, os denominados aditivos. São substâncias, micro-organismo ou produto formulado, adicionadas intencionalmente, que não é utilizada normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, aperfeiçoe o desempenho dos animais sadios, atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito anticoccidiano;


Para o seu registro e utilização é necessário atender algumas exigências que garantam a segurança alimentar dos animais e de produtos que venham a ser consumidos pela população em geral. Para tanto, é exigido que as substâncias ou componentes básicos das fórmulas desses produtos estejam inscritos em Farmacopéias, Chemical Abstracts Service - CAS, Food Chemicals Codex - FCC, ou outras referências internacionais ou publicações oficiais de conceituação científica reconhecidas.


Além da proibição do uso de hormônios o MAPA possui um programa denominado Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes-PNCRC que faz análises nos Laboratórios Nacionais de Agropecuária-LANAGRO, de carnes (bovina, aves, suína e eqüina), leite, mel, ovos e pescado, em amostras de produtos que são destinados à alimentação, para verificação da possibilidade de uso ilegal desses produtos.


Quanto tempo levará ainda para que essas pessoas esclarecidas venham a aceitar que o hormônio em frango é um mito?


Fonte: ANFFA

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