Segunda Maior Frota do Mundo, Aviação Agrícola Brasileira Chega a 2083 Aeronaves
A aviação agrícola brasileira avança e chega com 2083 aviões em operação e 6 helicópteros agricolas, em levantamento realizado em dezembro de 2016. Segundo a ANAC, as operações agrícolas são usadas para aplicações de fertilizantes e pesticidas em lavouras e requerem voos em baixa altitude, manobras em curto espaço e muita precisão. As operações aéreas agrícolas, geralmente, acontecem entre três a quatro metros do solo, além disso, os pilotos têm que evitar matas próximas as plantações, fios e o próprio relevo do local.
Os dados da frota de aviões são de dezembro de 2016 e, segundo a pesquisa, 1.328 aviões estão com empresas aeroagrícolas (categoria SAE) e os agricultores ou cooperativas que têm seus próprios aviões (categoria TPP) somam 727 aeronaves. As 28 aeronaves restantes na conta são aviões pertencentes aos governos federal, estaduais ou do Distrito Federal (por exemplo, aeronaves de corpos de bombeiros usadas contra incêndios florestais), além de aparelhos de instrução, experimental ou protótipo.
Nas frotas por Estado, o topo do ranking ainda é do Mato Grosso, com 462 aeronaves, seguido do Rio Grande do Sul, com 418, e de São Paulo, com 311 aviões agrícolas registrados. Os três Estados no topo do ranking abrangem mais da metade da frota nacional (57,2%). Com os outros 892 aviões divididos entre 19 unidades da Federação. Pela ordem decrescente de frota: GO (277), PR (140), MS (108), BA (99), MG (71), TO (36), MA (26), AL (20), RO (17), PA (17), DF (17), PI (16), RR (14), SC (13), RJ (6), PE (6), ES (4), AM (4) e AC (1).
De acordo com os levantamentos feitos por Araújo desde 2008, a frota brasileira cresceu 44% desde aquele ano, quando eram 1.447 aeronaves. O que dá uma média de 5,5% ao ano, na média (sem considerar os altos e baixos da economia no período). A série histórica do consultor (e uma das principais autoridades brasileiras no setor) não teve o levantamento de 2015. Mas a lacuna pode ser completada com a pesquisa feita pelo tenente-coronel aviador Alexander Coelho Simão, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa, vinculado ao Comando da Aeronáutica), que apontou 2.035 aviões agrícolas em dezembro daquele ano.
O estudo também não considera o número de helicópteros agrícolas, já que a ANAC não possui dados em separado desse tipo de aeronave. No entanto, é possível concluir que há apenas seis helicópteros operando em lavouras no Brasil, que atualmente pertencem à única empresa homologada para esse tipo de operação no País e que fica no Estado de São Paulo. A modalidade está ressurgindo no País, depois de cerca de 40 anos ausente. A volta dos aparelhos de asas rotativas nas lavouras foi possibilitada, sobretudo, pelo surgimento de equipamentos com menor custo operacional.
O trabalho da aviação agrícola depende de uma série de fatores, como vento, umidade e temperatura. Se algum deles desviar do que é considerado ideal, causa certa limitação à aplicação aérea. Num bom dia, conseguimos cobrir, com uma aeronave, 1.500 hectares, mas há outros que não é possível aplicar nem mesmo em um hectare, como em casos de muito vento ou umidade muito baixa. Segundo estimativas do setor, enquanto um avião consegue fazer a aplicação em 90 hectares em uma hora, os tratores mais modernos fazem o mesmo serviço, em igual intervalo, em apenas 25 hectares. Para atuação no mercado, a legislação prevê que a aeronave agrícola precisa ter o acompanhamento de um engenheiro agrônomo e de um técnico agrícola, ambos com formação específica no serviço. No Brasil, as culturas que mais utilizam a pulverização aérea, segundo o Sindag, são o algodão (36%), arroz (33%), laranja (29%), soja (27%) e cana (25%).
Fonte: Brasil247 e SINDAG,